sexta-feira, 27 de maio de 2011

Pilotos do AF 447 fizeram de tudo; a queda durou uma eternidade, diz especialista

Retirado do Site UOL

Queda do voo 447 da Air France durou 3 minutos e 30 segundos, diz BEA 
Os três pilotos do voo AF 447 da Air France fizeram de tudo para manter o avião no ar, afirmou Jorge Barros, especialista em segurança de voo, baseado no relatório preliminar divulgado nesta sexta-feira pelo BEA - Escritório de Investigação e Análise da França. De acordo com o especialista, o desligamento do piloto automático e a falta de noção da real velocidade da aeronave foram os motivos principais que levaram à queda do Airbus.
Às 23h10min05s, o piloto automático se desliga e permanece assim até a queda do avião no Oceano Atlântico. A velocidade do lado esquerdo do avião oscila muito e os pilotos não têm registro do lado direito.
"É muito difícil pilotar um avião 'nas mãos', ou seja, sem ajuda do piloto automático. A tripulação jamais desligaria o piloto automático em pleno voo. Isso, ao meu ver, se deu por um problema técnico. Um fato raro e anormal", contou Barros. "Depois eles sentem falta de uma indicação real de velocidade. Os tubos de piton (sensores de velocidade) apresentaram problema. Essa combinação deixou o controle do voo muito difícil", completou.
Em menos de um minuto, os pilotos receberam indicações diferentes de velocidade do lado esquerdo do avião e nos instrumentos de voo.  Uma delas indicava uma queda acentuada de potência do motor, o que pode ter levado os pilotos a terem tomado uma atitude errada. Os sensores de velocidade estavam congelados.
O avião também oscila a altitude durante o mesmo período. "Ninguém sobe para 38 mil pés sem motivo. É como dirigir um carro no meio da pista e, do nada, ir parar no acostamento", explicou.
Para Barros, os três minutos e meio que os pilotos tiveram para tentar manter o avião no ar "são uma eternidade". “As informações do relatório deixam claro que eles fizeram de tudo para continuar voando. Ocorreu uma falha do sistema do avião por motivos que todos ainda desconhecem”, afirmou.

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